Cobertura » Vídeos http://cobertura.jor.br Sat, 14 Mar 2015 12:41:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=3.9.40 Boechat: “Jornalista tem função social?” http://cobertura.jor.br/jornalista-tem-funcao-social/ http://cobertura.jor.br/jornalista-tem-funcao-social/#comments Mon, 23 Dec 2013 18:38:59 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=965 Na última parte da entrevista, o jornalista Ricardo Boechat dialoga sobre, entre outros assuntos, as pressões recebidas por parte das fontes e até mesmo do próprio veículo, as quais podem prejudicar a função fiscalizatória do jornalismo. O apresentador da BandNews FM e do Jornal da ...

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Na última parte da entrevista, o jornalista Ricardo Boechat dialoga sobre, entre outros assuntos, as pressões recebidas por parte das fontes e até mesmo do próprio veículo, as quais podem prejudicar a função fiscalizatória do jornalismo. O apresentador da BandNews FM e do Jornal da Band relembra de um episódio, no qual foi processado após criticar um desembargador que estacionou em vaga proibida e não foi punido, porque “deu uma carteirada” (identificou-se como autoridade) nos guardas. “[...] é difícil, no Brasil, você ganhar qualquer ação que tenha como antagonista um membro do judiciário, porque o espírito de corpo* obviamente é muito forte”, diz Boechat.

* corporativismo

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Boechat: “Nós falamos demais, de muitos políticos” http://cobertura.jor.br/boechat-nos-falamos-demais-de-muitos-politicos/ http://cobertura.jor.br/boechat-nos-falamos-demais-de-muitos-politicos/#comments Thu, 28 Nov 2013 17:45:55 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=881 Na segunda parte da entrevista com o jornalista Ricardo Boechat, a maneira de lidar com o próprio posicionamento político, para que o impacto na cobertura seja o menor possível, é a chave da discussão. Para o âncora do Jornal da Band, o repórter não deve ...

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Na segunda parte da entrevista com o jornalista Ricardo Boechat, a maneira de lidar com o próprio posicionamento político, para que o impacto na cobertura seja o menor possível, é a chave da discussão. Para o âncora do Jornal da Band, o repórter não deve envolver a informação com posicionamentos pessoais, políticos e ideológicos, nem mesmo morais, que possam interferir na exposição da notícia. Sobre os espaços destinados à política nos veículos de comunicação, Boechat afirma que não há pegadas na história do Jornalismo Político, “porque a superficialidade dos ‘animais’ da fauna e do que ela fazia é de uma volatilidade absoluta, atroz”.

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“O Jornalismo Político é um saco”, diz Boechat http://cobertura.jor.br/jornalismo-politico-e-um-saco-diz-boechat/ http://cobertura.jor.br/jornalismo-politico-e-um-saco-diz-boechat/#comments Sun, 17 Nov 2013 23:00:08 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=817 Há exatos 40 minutos para o início do Jornal da Band e, consequentemente, em meio ao incêndio que precede o fechamento da edição, o Cobertura conseguiu uma entrevista exclusiva com o jornalista Ricardo Boechat, âncora da BandNews FM e do Jornal da Band. A cobertura ...

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Há exatos 40 minutos para o início do Jornal da Band e, consequentemente, em meio ao incêndio que precede o fechamento da edição, o Cobertura conseguiu uma entrevista exclusiva com o jornalista Ricardo Boechat, âncora da BandNews FM e do Jornal da Band. A cobertura política atual e as dificuldades enfrentadas por esses profissionais são os assuntos da primeira parte da entrevista. Para Boechat, se levado em conta o interesse público, as sucursais de Brasília exercem um peso excessivo no noticiário.

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Mitre: “A obsessão pela fiscalização é um dever” http://cobertura.jor.br/obsessao-pela-fiscalizacao-dever/ http://cobertura.jor.br/obsessao-pela-fiscalizacao-dever/#comments Wed, 06 Nov 2013 18:21:59 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=702 O jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes e comentarista político no Jornal da Band, afirma que o discurso político no país está falido, e que é dever do jornalista traduzir o que acontece no mundo político. Para ele, as manifestações ocorridas ...

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O jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes e comentarista político no Jornal da Band, afirma que o discurso político no país está falido, e que é dever do jornalista traduzir o que acontece no mundo político. Para ele, as manifestações ocorridas no mês de junho desse ano são a prova de que as pessoas não se sentem mais representadas por essas pessoas, tampouco pela linguagem que é transmitida. Confira a entrevista.

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Lealdade ao interesse público http://cobertura.jor.br/lealdade-ao-interesse-publico/ http://cobertura.jor.br/lealdade-ao-interesse-publico/#comments Sun, 03 Nov 2013 20:34:25 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=572 Em entrevista para o Cobertura, o jornalista Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula, atualmente apresentador da série “Presidentes Africanos”, no Discovery Civilization, fala sobre o conflito de interesses que envolve a cobertura política, bem como os prós e os contras de se ...

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Em entrevista para o Cobertura, o jornalista Franklin Martins, ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula, atualmente apresentador da série “Presidentes Africanos”, no Discovery Civilization, fala sobre o conflito de interesses que envolve a cobertura política, bem como os prós e os contras de se manter um veículo jornalístico na internet.

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Ruídos e vantagens na comunicação http://cobertura.jor.br/ruidos-vantagens-comunicacao/ http://cobertura.jor.br/ruidos-vantagens-comunicacao/#comments Fri, 01 Nov 2013 11:04:54 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=536 “Ética é o conjunto de valores e princípios que você e eu usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são: quero, devo e posso. Isso é ética. Quais são os princípios que eu uso? Tem coisa que eu quero, mas não devo. ...

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“Ética é o conjunto de valores e princípios que você e eu usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são: quero, devo e posso. Isso é ética. Quais são os princípios que eu uso? Tem coisa que eu quero, mas não devo. Tem coisa que eu devo, mas não posso. Tem coisa que eu posso, mas não quero. Quando você tem paz de espírito? Quando aquilo que você quer é o que você pode e é o que você deve.”

O filósofo e professor Mario Sergio Cortella, em entrevista ao Programa do Jô, na Rede Globo, utilizou estas palavras para definir ética, conceito presente na vida de todos, o qual está, especialmente, ligado ao bom desempenho da função do jornalista. Até porque investigar e checar, desconfiando da primeira informação que aparece, mesmo que esta seja a oficial, faz parte do “faro” jornalístico e não pode ser deixado de lado.

Porém, como se aproximar do governo e seus integrantes sem tomar “partido”? Será que o jornalista político se torna refém da sua fonte ou não há conflito de interesses? Para o professor de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, há, sim, muito interesse.

“Na verdade isso é quase iminente em toda profissão, mas no Jornalismo Político mais ainda, porque você pode mexer com a ideologia do próprio jornalista, sua preferência política e a dependência econômica da empresa na qual ele trabalha etc.”, explica. “Então, o conflito de interesses, que se em toda profissão é uma coisa a se evitar ou, pelo menos, identificar, no caso do jornalismo é mais perigoso ainda”.

E Romano defende a existência da ética no Jornalismo Político, uma vez que ser ético não necessariamente significa ser correto:

Falando em preferência política, o jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, acredita que a maior parte da imprensa está de um lado. “A mídia, em sua maioria, nesses últimos anos, apoiou claramente um lado da política brasileira, que foi o lado liberal. Em 1989 era uma coisa horrorosa a posição da imprensa contra o Lula. Eles tinham pavor do Lula. Ali era mais do que partidário, era engajado e, de certo modo, um aspecto forte desse tempo se mantém nos grandes jornais”, reconhece.

A jornalista Cristiana Lôbo, apresentadora do Fatos e Versões, na GloboNews, lembra que o bom repórter deve manter a isenção na cobertura. Já o analista, o comentarista, pode e deve avançar um pouco mais. “Criticar quando for o caso – aí, todos os atores da política e não só governo ou oposição. O Brasil, hoje, no entanto, está bastante dividido entre os que apoiam o governo e os que são contra; e esse racha se verifica também em setores da imprensa.”

Contudo, Cynara Menezes, da revista Carta Capital, afirma que não é permitido posicionamento político dentro das redações, “a não ser, veladamente, a favor do PSDB”, critica. A jornalista conta que ser tucano é tolerado ou se faz vista grossa, até porque, segundo ela, como o “tucanato” vive em cima do muro, a pessoa pode fingir que está sendo imparcial.

“O problema dentro de várias redações é ser petista ou de esquerda”, afirma Cynara. “Já vi gente ser demitida porque o jornal achou que era ‘petista demais’. Nunca vi alguém ser demitido por ser ‘tucano demais’. Não posso dizer que sofri com pressões de partidos, mas é conhecido dentro das redações que um político do PSDB costuma ligar diretamente para a direção dos jornais quando não gosta de uma matéria a seu respeito”, sustenta.

Então quer dizer que existe censura, ainda, nos dias atuais? Ou isso não pode ser classificado como tal? Mitre, que também é comentarista político no Jornal da Band, entrevistador do Canal Livre, na TV Bandeirantes, e apresentador da coluna A Notícia, na Bandnews TV, afirma que não há, hoje, casos de censura no Brasil, tampouco autocensura, algo que ele classificou como altamente inaceitável.

“O que você tem é responsabilidade na produção das matérias. Uma matéria precisa estar tecnicamente correta para ser divulgada. Isso não é censura, são aqueles preceitos técnicos que você tem que considerar quando está preparando a matéria. Censura, jamais.”

Nesse caso, o professor Romano, da Unicamp, tem outra opinião. Para ele, ainda existe censura em demasia. “Você tem aí, inclusive, uma autocensura que muitas vezes vem da falta de conhecimento da extensão do problema que está sendo abordado. A pessoa, ao invés de colocar a ‘luz’ sob os pontos que são mais estratégicos, ela a coloca em pontos superficiais. E isso é muito grave”, classifica o filósofo.

Assim, entra na roda da discussão um novo problema: a autonomia que, por vezes, é dada aos jornalistas que estão no início de carreira e até que ponto isso contribui para o desenvolvimento profissional do jovem repórter, sem ferir a integridade da notícia. O jornalista e blogueiro Luis Nassif, apresentador do Brasilianas.org, na TV Brasil, conta que é um vício das empresas de comunicação colocar na “ponta” da reportagem o jornalista iniciante.

“Daí o sujeito vai lá. Ele vai ter que, em uma hora, entender o tema geral, o tema específico e o que é relevante. Nesse modo de produção ele define o que é relevante na fonte. Então ele chega lá, pega dez informações e joga sete fora, sem ter discernimento para isso. E é aquele negócio: ele joga fora e ninguém sabe, a não ser ele e a fonte, o que ele pegou de informação e o que ele aproveitou”, completa.

Voltando à questão da censura, Nassif recorda que sofreu dois ataques da revista Veja quando criticou Daniel Dantas – banqueiro acusado de uma série de fraudes no setor de telefonia. “Cada ataque veio com oito páginas de publicidade escancarada de empresas dele. Depois disfarçaram”, lembra o jornalista, e acrescenta que naquele momento a Folha de S. Paulo (jornal em que trabalhava) o deixou na mão.

Ou seja, para Nassif, a pressão maior vem dos grupos econômicos, que facilitam o acesso dos jornais ao mercado publicitário e/ou de capitais. Na mesma linha de raciocínio, Cynara garante que o jornalista é “tudo” na cobertura de assuntos políticos, pois, segundo ela, é ele quem pauta e dá o “tom” da matéria. “O problema é que este tom depende muito do que o jornal deseja veicular”, alerta.

A propósito das fontes, Roberto Romano afirma que é preciso ter uma relação de respeito com esses portadores de informação, caso contrário, o vínculo pode se transformar numa relação de chantagem, autoritarismo ou irresponsabilidade. Sobre a afirmação, Luis Nassif cita exemplos reais, ocorridos com ele e um colega:

De acordo com Fernando Mitre, a relação do jornalista com a fonte não pode ser pessoal e sim, cuidadosa, uma vez que com ela é trabalhada a informação de interesse público, lembrando que a fonte também pode agir de má fé. “Deve-se tomar muito cuidado para não ser usado pela fonte. Se for uma pessoa interessada, você tem que saber fazer a triagem disso. É uma fronteira muito delicada”, destaca o diretor.

Segundo Cristiana Lôbo, o Jornalismo Político está num ponto alto e precisa ser melhorado no sentido de ampliar, cada vez mais, a cobertura. “É preciso revelar ao cidadão, ao contribuinte, aonde vai cada centavo que ele paga de impostos. Muitas vezes acontecem coisas na política (nomeações de pessoas para órgãos do governo ou empresas públicas) com o interesse, apenas, de ampliar espaço financeiro dos partidos. Este é um aspecto que a imprensa não consegue revelar tal como ocorre”, ressalta.

Romano propõe que a cobertura política está carente de investigação, presa a comportamentos e fontes, e a modos de analisar os problemas, “que são caducos já”, salienta. “O jornalista analisa sem fazer uma extensa investigação sobre o que está acontecendo de verdade”. Por último, Cristiana alega que a política deixou de ser uma forma de buscar soluções para os conflitos da sociedade, passando a ser negócio de protagonistas. E isso, para ela, necessita ser delatado pela mídia.

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Lealdade ao interesse público

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Documentário estreia em novembro http://cobertura.jor.br/documentario-em-video/ http://cobertura.jor.br/documentario-em-video/#comments Thu, 24 Oct 2013 12:47:12 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=474 O lançamento do documentário em vídeo, um dos cinco produtos que integram o trabalho de conclusão de curso da equipe, dirigido por Fabiana Barrios, está previsto para a última semana de novembro. O Cobertura divulga com exclusividade o trailer da produção. Confira:

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O lançamento do documentário em vídeo, um dos cinco produtos que integram o trabalho de conclusão de curso da equipe, dirigido por Fabiana Barrios, está previsto para a última semana de novembro. O Cobertura divulga com exclusividade o trailer da produção. Confira:

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Desinteresse político: uma pandemia* http://cobertura.jor.br/desinteresse-politico-uma-pandemia/ http://cobertura.jor.br/desinteresse-politico-uma-pandemia/#comments Mon, 21 Oct 2013 13:06:35 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=355 Como não querer saber sobre política se ela é uma realidade na vida de qualquer pessoa? O Jornalismo Político nada mais é do que a cobertura jornalística voltada, principalmente, às ações do poder público da sua cidade, estado e país. Isto é, tudo o que ...

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Como não querer saber sobre política se ela é uma realidade na vida de qualquer pessoa? O Jornalismo Político nada mais é do que a cobertura jornalística voltada, principalmente, às ações do poder público da sua cidade, estado e país. Isto é, tudo o que os candidatos eleitos fazem ou deixam de fazer, refletindo na sua vida profissional, pessoal, na sua cultura e até mesmo nos momentos de lazer. Na saúde, educação e na mobilidade urbana do município. Tem certeza que nada disso lhe interessa?

Uma pesquisa Ibope/Estado realizada em agosto desse ano entre 2.002 pessoas de 143 cidades do Brasil aponta que apenas 7% da população sabe do que se trata a reforma política. 34% das pessoas dizem ter pouco conhecimento sobre o assunto, enquanto 52% nada sabem e outros 7% admitem nem saber responder. Ou seja, dois a cada três brasileiros ouviram falar do assunto pela primeira vez diante do pesquisador.

A filósofa Marilena Chaui acredita que há uma presença muito forte da política no cotidiano brasileiro, “desde que você não identifique a política com o que se passa num aparelho de Estado. Se você toma o que se passa no cotidiano das cidades, o que aconteceu no posto de saúde, o que está acontecendo na escola, o que vai acontecer com o ônibus, isso tudo são questões políticas, ligadas ao modo como o espaço público se realiza e organiza. Então você tem uma população voltada para isso”, afirma.

Para a filha de professora e jornalista, o que não interessa muito – salvo épocas eleitorais ou de “convulsão”, por conta de um fato específico – é a dimensão técnico-profissional da política, isso porque, segundo Marilena, a população não acredita no Poder Legislativo (deputados e senadores, que representam os estados brasileiros):

Não só os jornalistas especializados em uma determinada editoria, mas todo repórter tem o dever fundamental de produzir conteúdos qualificados, com análises bem esclarecidas e que proporcionem reflexão, para oferecer ao cidadão a capacidade de que estes formem sua própria visão crítica, com base nas informações dos meios de comunicação. A sociedade só consegue desenvolver uma opinião firme por meio de coberturas exemplares. O jornalismo não pode fazer por menos.

O jornalista Luís Mauro Sá Martino, doutor em Ciências Sociais e professor de Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, indica que o próprio Jornalismo Político contribui para o desgaste da política e dos políticos frente à opinião pública quando deixa de lado regras básicas da profissão: “apurar, checar os fatos, conferir informações das fontes, procurar evidências etc. A busca pelo escândalo ou pela denúncia, sem apuração, é um problema do jornalismo em qualquer área, mas particularmente visível na política”, completa.

Para o jornalista e cronista Ricardo Chapola, de O Estado de S. Paulo, um dos papéis do jornalista é traduzir o mundo indecifrável para que todas as pessoas o entendam. No caso, decifrar o “politiquês”. E esse didatismo, segundo ele, está cada vez mais presente nas redações. “É verdade que o jornalismo, a parte de política, guarda esses jargões jurássicos. Mas é triste ver jornalista que não sabe ser didático”, reprova.

Como exemplo, Chapola lembra-se do termo “embargo infringente” – tipo de recurso, exclusivo da defesa, que questiona pontos de discordância e falta de unanimidade em um julgamento – bastante utilizado quando se fala do processo do mensalão, já que possibilita o réu solicitar a revisão da decisão tomada pela Corte. “O jornalista é obrigado, pelo menos no primeiro parágrafo, a explicar isso de forma descente para o leitor entender”, destaca o repórter.

E continua: “Ele pode colocar embargo infringente no título, na linha fina (subtítulo); mas no lead (primeiro parágrafo da matéria) explique o que é, se não, sem entender, quem vai ler?”, questiona. Além disso, o jornalista do Estadão também ressalta que a função social do comunicador é trazer para os “holofotes” assuntos que os políticos escondem, pois tudo o que é de interesse público, deve vir a público.

“O político tem que prestar contas para a sociedade, até porque foi ela quem os elegeu. Se isso não acontece é papel da imprensa mostrar o que os políticos estão fazendo e porque não estão prestando contas do dinheiro que você paga para eles, tanto no Executivo, quanto no Legislativo e no Judiciário. Isso é cidadania. É fazer valer o papel de cidadão da pessoa que não é jornalista”.

Em comparação, Martino adverte para o uso adequado das linguagens mais próximas ao cotidiano. Para o doutor em Ciências Sociais, sua utilização descuidada pode causar a perda de elementos essenciais, alterando o significado da mensagem. “Nesse sentido, especializações acadêmicas podem contribuir para a formação do jornalista dessa área, evitando erros na cobertura e auxiliando na prática”, recomenda.

Sobre os espaços destinados à política nos veículos de comunicação, Ricardo Chapola defende a importância, uma vez que essa editoria aborda o interesse de todos:

No entanto, segundo a jornalista Cynara Menezes, da revista Carta Capital, a cobertura política de Brasília, hoje, é o carro-chefe dos veículos, o que não é bom. Para ela, outras editorias também deveriam ser manchete nos jornais. “Por que não uma manchete de cultura, por exemplo? Por que as manchetes têm que ser sempre ‘sérias’ e, em geral, más notícias? Dizem que a má notícia vende, mas se os jornais não estão vendendo, talvez fosse a hora de rever estes conceitos”, observa.

A jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews, avalia a política como desinteressante para o grande público nos dias atuais. Mas, segundo a apresentadora do Fatos e Versões, “estamos vendo, a cada ano, a ampliação dos espaços para a cobertura política, não só nos jornais impressos, como também pelas emissoras de televisão, sobretudo na chamada TV fechada, e aos poucos o tema vai ganhando mais leitores e/ou telespectadores interessados”.

Contudo, Marilena Chaui sugere que o Jornalismo Político está fadado ao desinteresse da população. A filósofa adverte que para atrair mais pessoas “seria preciso que ele fosse jornalismo de verdade, e que o compromisso fosse com a sociedade, com os cidadãos e com os princípios da democracia”. De acordo com ela, “o jornalista está aprisionado porque é assalariado de uma empresa. Então, por mais que ele tenha compromisso democrático e procure exercê-lo, a ação dele tem limite, que é o que a empresa impõe a ele como assalariado”.

Luís Mauro Sá Martino, por sua vez, afirma que em vários outros países há uma crescente preocupação com o desinteresse da população por assuntos políticos – não só no Brasil – e assegura que o interesse é localizado, apenas, em alguns momentos, mas não inexistente. O professor menciona o melhor aproveitamento das plataformas midiáticas, especialmente a internet, como provável redução desse problema.

“Não existe fórmula para atrair o grande público, porém uma tendência apontada por pesquisadores como John Street, Thomas Meyer e Liesbet Van Zoonen sugere a intersecção entre a política e as linguagens da mídia, a fim de alcançar o espaço público”, conclui. Ou seja, a atratividade por meio de linguagens didáticas e novas formas de disponibilizar a informação em sites e blogs, com textos, fotos, vídeos e infográficos sobre um mesmo conteúdo pode ser a solução ou parte dela, atingindo, ao menos, uma parcela do público, aquele está habituado e/ou tem acesso à internet.

* Pandemia é quando uma doença infecciosa se espalha por uma região muito grande, como um planeta, por exemplo.

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Que bicho é esse? http://cobertura.jor.br/que-bicho-e-esse/ http://cobertura.jor.br/que-bicho-e-esse/#comments Tue, 08 Oct 2013 03:00:06 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=246 “Não existe, ou existe raramente imparcialidade.” “Os órgãos de imprensa têm uma cobertura muito igual sobre todos os assuntos [...]“ * O Cobertura saiu às ruas para saber o que as pessoas têm a dizer a respeito da cobertura política feita pela imprensa brasileira. Poucos ...

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“Não existe, ou existe raramente imparcialidade.”

“Os órgãos de imprensa têm uma cobertura muito igual sobre todos os assuntos [...]“

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O Cobertura saiu às ruas para saber o que as pessoas têm a dizer a respeito da cobertura política feita pela imprensa brasileira. Poucos se dispuseram a participar da enquete. Talvez por receio, falta de informação sobre o assunto. Não sabemos afirmar. No entanto, essa resposta é mais um indicativo de que é preciso trazer o cidadão para mais perto do jornalismo, sobretudo inteirá-lo das ações realizadas pela política, a fim de gerar uma reflexão e possibilitar o posicionamento de cada um.

Incentivar essa participação é um dos nossos objetivos.

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