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Cobertura » Notícias http://cobertura.jor.br Sat, 14 Mar 2015 12:41:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=3.9.40 Boechat: “Jornalista tem função social?” http://cobertura.jor.br/jornalista-tem-funcao-social/ http://cobertura.jor.br/jornalista-tem-funcao-social/#comments Mon, 23 Dec 2013 18:38:59 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=965 Na última parte da entrevista, o jornalista Ricardo Boechat dialoga sobre, entre outros assuntos, as pressões recebidas por parte das fontes e até mesmo do próprio veículo, as quais podem prejudicar a função fiscalizatória do jornalismo. O apresentador da BandNews FM e do Jornal da ...

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Na última parte da entrevista, o jornalista Ricardo Boechat dialoga sobre, entre outros assuntos, as pressões recebidas por parte das fontes e até mesmo do próprio veículo, as quais podem prejudicar a função fiscalizatória do jornalismo. O apresentador da BandNews FM e do Jornal da Band relembra de um episódio, no qual foi processado após criticar um desembargador que estacionou em vaga proibida e não foi punido, porque “deu uma carteirada” (identificou-se como autoridade) nos guardas. “[...] é difícil, no Brasil, você ganhar qualquer ação que tenha como antagonista um membro do judiciário, porque o espírito de corpo* obviamente é muito forte”, diz Boechat.

* corporativismo

Saiba mais
“O Jornalismo Político é um saco”, diz Boechat
Boechat: “Nós falamos demais, de muitos políticos”

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Cobertura é premiado pelo Jornal de Piracicaba http://cobertura.jor.br/cobertura-e-premiado-pelo-jornal-de-piracicaba/ http://cobertura.jor.br/cobertura-e-premiado-pelo-jornal-de-piracicaba/#comments Tue, 03 Dec 2013 18:08:23 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=937 O site “Cobertura: descortinando os bastidores do Jornalismo Político”, de autoria de Laila Braghero e sob orientação do professor João Turquiai Junior, foi classificado como melhor projeto multimídia entre os trabalhos de conclusão do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), no 25º ...

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O site “Cobertura: descortinando os bastidores do Jornalismo Político”, de autoria de Laila Braghero e sob orientação do professor João Turquiai Junior, foi classificado como melhor projeto multimídia entre os trabalhos de conclusão do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), no 25º Prêmio Losso Netto de Jornalismo, oferecido pelo Jornal de Piracicaba. O evento aconteceu dia 28 de novembro, quinta-feira, no Auditório Verde da Unimep, a partir das 19h30.

Outros três produtos desenvolvidos por integrantes da equipe foram premiados: a série de reportagens “Das redes às ruas – a cobertura do Jornalismo Político Contemporâneo”, de Mariana Balam e Michele Trevisan, e o documentário “Credibilidade em Xeque”, de Fabiana Barrios, conquistaram o 3º lugar nas categorias rádio e vídeo, respectivamente, enquanto a reportagem “Mordaça e impunidade”, de Ana Paula Rosa, ficou em 1º lugar na categoria impresso.

O TCC que resultou na criação do Cobertura e das demais linguagens foi pensado a partir das abordagens presentes na monografia “A relação entre Jornalismo Político e democracia: um estudo do canal Bandnews TV”, de Felippe Limonge. O processo reflexivo proporcionou ao grupo se aprofundar em discussões acerca da cobertura política em múltiplos campos, como por exemplo as manifestações que tomaram o país em junho deste ano.

O Prêmio Losso Netto marca o encerramento da semana de apresentações dos trabalhos de conclusão do curso de Jornalismo da Unimep. Em 2013, seis equipes concorreram ao prêmio em cinco categorias – monografia, rádio, vídeo, impresso e multimídia. De acordo com o regulamento, vence a equipe que obtiver maior somatória de pontos, devido às classificações por categoria.

Os projetos foram avaliados por um júri formado por cinco profissionais: Márcia Rosa, jornalista e professora do Centro de Linguagens e Comunicação da PUC-Campinas; Vanderlei Rosa, responsável pelo programa Plantão Esportivo Permanente Jovem Pan Sat; Fabiana Teixeira, editora e produtora da EPTV Campinas; Mário Alberto Evangelista, editor-executivo do jornal Expresso Popular, de Santos (SP), e Ricardo Pieralini, editor-executivo do Último Segundo, principal canal de notícias do iG.

Assim, o trabalho vencedor da 25ª edição foi “Ombudsman: o olho crítico do jornal Folha de S. Paulo na era digital”, produzido pelos alunos Camila Piacentini, Denis Fernando dos Santos, Fernando Carvalho, Horácio Busolin Júnior, João Vitor Fedato, Sara Pizzol e Vinicius Montebelo, sob orientação do professor e diretor da Faculdade de Comunicação Belarmino Cesar Guimarães da Costa.

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Boechat: “Nós falamos demais, de muitos políticos” http://cobertura.jor.br/boechat-nos-falamos-demais-de-muitos-politicos/ http://cobertura.jor.br/boechat-nos-falamos-demais-de-muitos-politicos/#comments Thu, 28 Nov 2013 17:45:55 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=881 Na segunda parte da entrevista com o jornalista Ricardo Boechat, a maneira de lidar com o próprio posicionamento político, para que o impacto na cobertura seja o menor possível, é a chave da discussão. Para o âncora do Jornal da Band, o repórter não deve ...

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Na segunda parte da entrevista com o jornalista Ricardo Boechat, a maneira de lidar com o próprio posicionamento político, para que o impacto na cobertura seja o menor possível, é a chave da discussão. Para o âncora do Jornal da Band, o repórter não deve envolver a informação com posicionamentos pessoais, políticos e ideológicos, nem mesmo morais, que possam interferir na exposição da notícia. Sobre os espaços destinados à política nos veículos de comunicação, Boechat afirma que não há pegadas na história do Jornalismo Político, “porque a superficialidade dos ‘animais’ da fauna e do que ela fazia é de uma volatilidade absoluta, atroz”.

Saiba mais
“O Jornalismo Político é um saco”, diz Boechat

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Jornalismo Político na rede: a variedade dos peixes http://cobertura.jor.br/jornalismo-politico-na-rede-variedade-dos-peixes/ http://cobertura.jor.br/jornalismo-politico-na-rede-variedade-dos-peixes/#comments Tue, 26 Nov 2013 14:52:48 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=888 A internet se tornou comercial no Brasil em 1995. Antes disso, era utilizada apenas por universidades e demais instituições voltadas para pesquisa. Ou seja, são quase 20 anos de existência, em paralelo com a história do Jornalismo na Internet, pois no ano seguinte nasceria o ...

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A internet se tornou comercial no Brasil em 1995. Antes disso, era utilizada apenas por universidades e demais instituições voltadas para pesquisa. Ou seja, são quase 20 anos de existência, em paralelo com a história do Jornalismo na Internet, pois no ano seguinte nasceria o Observatório da Imprensa, idealizado pelo jornalista Alberto Dines. Desde então, o Jornalismo na Internet vem se desenvolvendo e se aperfeiçoando, mas seu crescimento está mais rápido e em evidência de uns anos para cá, talvez por conta do aumento do número de pessoas com acesso à internet.

Dados de uma pesquisa realizada pelo Netview, do Ibope, no terceiro trimestre deste ano, apontam que o número de pessoas conectadas em casa, no país, é de 76,6 milhões, 4% a mais que o trimestre anterior. Segundo a pesquisa, nos últimos dois anos esse crescimento foi de 32%, quase 20 milhões de pessoas a mais, superando os demais países pesquisados – Alemanha (17%), Itália (7%), França (6%), Reino Unido (4%), Estados Unidos (1%), Japão (-3%) e Austrália (-6%).

Com mais pessoas capazes de se conectar sem sair de casa, aumenta-se também a quantidade de sites e blogs, assim como a oferta de informação – nem sempre de qualidade. Cada vez mais o internauta é tomado por uma overdose de notícias vindas de todos os lados na rede, não só pela imprensa tradicional, que pouco a pouco aprende a lidar com as novas tecnologias, mas principalmente com o surgimento de inúmeros blogs de gênero, os quais tratam de assuntos específicos, para um distinto público.

Esses blogs basicamente selecionam uma única editoria, inspirados nos jornais impressos, e se transformam em uma espécie de caderno, angariando mais visitas diárias em relação a outros tipos de endereços eletrônicos. Para o jornalista Ricardo Feltrin, apresentador do programa Ooops!, no portal UOL, toda essa situação é provavelmente a causa da queda recorde de Ibope de praticamente todos os telejornais da TV aberta, constatada por meio de uma comparação feita pelo colunista entre os meses de janeiro e agosto de 2012 e 2013.

Até 31 de agosto, por exemplo, o Jornal Nacional e o Jornal da Band perderam 12% de Ibope, enquanto o RedeTV! News teve perda de quase metade da audiência – 41%. Ao passar os olhos pelos comentários na publicação de Feltrin, a opinião da maioria é gritante. Para os leitores, o telejornalismo é manipulador, não proporciona reflexão e, por isso, perde credibilidade. Aí as pessoas partem para a web, onde as informações são dispostas a todo o momento e em ampla quantidade.

O redator-chefe do Observatório da Imprensa Luiz Egypto, no artigo O jornalismo na internet, fala que o Webjornalismo (ou Jornalismo Digital) precisa “transcender o noticiário puro e simples”, com repórteres auto exigentes e “do tipo que gasta sola de sapato, por mais sedutores que nos sejam os bancos de dados, os engenhos de busca, as redes sociais em geral”. Para isso, Egypto afirma que as novas redações carecem de profissionais “anfíbios”, ou seja, “capazes de conhecer a árvore, analisar a folha e ter segurança sobre os rumos de seus movimentos no interior da floresta”.

Porém, o jornalista Ricardo Noblat, autor do Blog do Noblat, no portal do jornal O Globo, acredita que a imprensa ainda faz mais jornalismo convencional na web do que Webjornalismo. “Nós usamos pouco os recursos que a internet nos oferece, porque escrevemos para web como se escrevêssemos para jornal ou revista”, comenta. Na mesma linha, a jornalista Marina Dias, da Folha de S. Paulo, acredita que na internet o jornalismo poderia ousar mais. “A internet tem espaço para você fazer qualquer coisa e em qualquer mídia. Você pode usar foto, vídeo, texto, podcast”, lembra.

Jornalismo Político, por Webjornalismo

Escrever sobre Jornalismo Político em sites ou blogs pode ser mais interessante considerando o fato de o jornalista ter mais espaço e liberdade para dizer o que pensa, sem ser tão pautado pelo editor – ou nem ter um, no caso de blogs pessoais – devido à necessidade de produzir conteúdo com agilidade. Para a historiadora Conceição Oliveira, autora do blog Maria Frô, a internet pode ser considerada um espaço democrático e que reúne profissionais sérios, que assumem um lado:

Noblat, de O Globo, defende que a web poderia ser utilizada para produzir Jornalismo Político com mais profundidade, o que a princípio é reservado aos jornais, mas segundo ele, nem os impressos o fazem. Além disso, a liberdade para escrever o que quiser depende do veículo ao qual o profissional é ligado. “Se ele estiver dentro de uma estrutura jornalística, na maioria das vezes tem que obedecer às orientações daquela organização”, explica. No entanto, o blogueiro afirma que a internet oferece, sim, a liberdade jornalística no sentido de que “sem dúvidas, qualquer um pode fazer seu blog ou seu site, escrever o que quiser e o que bem entender”.

O jornalista Luiz Carlos Azenha, autor do blog Viomundo, assegura que existem blogueiros ligados a grandes veículos e, portanto, respeitam a linha editorial dos mesmos. Todavia, para ele o Jornalismo Político na internet tem duas vantagens: “Por nem sempre ter objetivos comerciais, ou seja, visar lucro, oferece pontos de vista alijados do debate político (da extrema esquerda ao black blocs), onde só cabe o discurso tradicional dos partidos. E por não ter limitações de espaço pode publicar textos, relatórios, pesquisas e documentos aprofundados, que não cabem na mídia tradicional”, acrescenta.

“Quando falamos em internet, o jornalista é independente. O sujeito que é de uma empresa jornalística e trabalha na internet tem menos filtro, porque como é mais dinâmico, é mais difícil acompanhar o que ele está escrevendo. Então sai muita besteira, inclusive. Mas não tem liberdade nenhuma. A falta de liberdade é a mesma, no caso de grupos jornalísticos. A linha é única, independente de ser papel ou de ser internet”, expõe o jornalista Luis Nassif, apresentador do Brasilianas.org, na TV Brasil, e autor do blog Luis Nassif Online.

Mas então, como se faz Jornalismo Político para internet? É diferente comparado a outros meios de comunicação? Para Azenha, sim “já que aqui, pelo menos, não se pretende que exista a chamada ‘neutralidade’, em que o jornalista paira sobre os acontecimentos como se fosse um extraterrestre”. O blog dele, por exemplo, é de esquerda: “Vê o mundo com olhos de gente da esquerda”, destaca.

Para Marina Dias, da Folha, poderia ser diferente, pois tem todos os instrumentos para isso, mas não é. “Se investisse um pouco mais em todas as formas que a internet tem de dar a notícia, a imprensa faria um Jornalismo Político mais didático, completo e interativo. A internet é o futuro e com certeza o Jornalismo Político poderia ser feito de uma forma muito mais criativa, divertida, interativa e que despertasse o interesse do leitor”, cobra a jornalista.

Ela esclarece ainda que é repórter do impresso, porém, quando a notícia é urgente deve ser publicada no portal, também. “Quando a gente acha que não dá para esperar até o outro dia, eu publico no site. Eu vim a Porto Alegre para acompanhar o candidato Aécio Neves. Conforme ele ia fazendo as agendas eu escrevia pequenos textos e publicava no site. Aí, no dia seguinte eu fiz um ‘bem bolado’ de todos esses textos, para ir ao jornal e chegar às bancas mais completo e contextualizado”, exemplifica.

Segundo o jornalista Felipe Frazão, da revista Veja, a notícia política nem sempre é um fato concreto, mas articulação política, que se descobre por meio do bastidor, com fontes em off. E os blogs, para ele, são canais que possibilitam contar esse bastidor, “que às vezes não ganha tanto espaço num jornal ou apenas uma pequena coluna. É um bom espaço para trabalhar esse material, além de disputar os furos. Há uma rixa muito grande pelo blog que vai divulgar primeiro. Blogs eu digo no sentido daqueles hospedados em veículos de grande porte, como UOL, G1 e os da Veja.com, que têm um perfil mais voltado para a análise”, ressalta Frazão.

Contudo, o repórter admite que o jornalismo extremamente veloz da internet nem sempre é o melhor, porque não há tempo de transformar a informação em algo bastante compreensível ou com os mínimos detalhes, por mais que a apuração tenha sido feita com excelência. “Isso é só para o noticiário diário”. O jornalista e cronista Ricardo Chapola, de O Estado de S. Paulo, reforça que a ideia da web é que sejam explorados outros tipos de conteúdos, uma vez que nela existe a possibilidade de criar links, infográficos e vídeos ao longo das matérias.

“Você pode fazer um texto gigantesco, mas se você intercalar isso com outros tipos de conteúdos dá para fazer especiais legais. Eu já fiz especiais para o Estadão e dá, saem coisas ‘animais’. Só que infelizmente o pessoal ainda tem preconceito, mas isso vai mudar”, reforça Chapola, e comenta que poucas pessoas leem jornal nos dias de hoje. Para ele, pouco a pouco os leitores estão aprendendo a utilizar tablets, por exemplo, ou acessam as notícias por computadores e celulares. “Adaptar o conteúdo é um desafio do século 21”, frisa.

Em relação ao preconceito, o repórter explica:

As particularidades da rede

Seja a imprensa tradicional, seja o jornalismo independente, todos os repórteres, blogueiros, ou repórteres blogueiros enfrentam, cada qual, algumas dificuldades para atuar nesse meio tão influente que é a internet. Ricardo Noblat é autor do primeiro blog de Jornalismo Político da história do país. Segundo o colunista, a concorrência é sua maior dificuldade, visto que hoje existem milhares de blogs sobre o mesmo assunto. “Pra você dar um furo, dar uma notícia exclusiva, é muito difícil, porque tem muita gente atrás da mesma coisa. Então a concorrência é enorme”, alega.

Já Luiz Carlos Azenha enfrenta problemas relativos ao financiamento do Viomundo. Em março deste ano, o jornalista anunciou que fecharia o blog em razão de uma série de processos movidos contra ele, resultantes das críticas feitas à Rede Globo. Mas a situação foi revertida pelos próprios leitores, que financiam o jornalismo de Azenha desde então. “Decidi não aceitar patrocínio de governos, nem de empresas estatais ou públicas. Recorro aos leitores e aos anunciantes do Google, que são aleatórios e com os quais não mantenho nenhum vínculo direto – o Google escolhe para você”, conta.

Conceição Oliveira, do blog Maria Frô, relata que a judicialização* da blogosfera tem uma dimensão assustadora, como tentativa de impedir a liberdade de expressão e crítica. “Tem muita gente aí – políticos e jornalistas – processando blogueiros. O Ali Kamel (diretor de Jornalismo da Rede Globo), por exemplo, já processou, praticamente, a blogosfera progressista inteira: Marco Aurélio Mello, Rodrigo Vianna, Paulo Henrique Amorim, Luiz Carlos Azenha, Senhor Cloaca, Miguel Gomes e agora processou o Miguel do Rosário”.

A blogueira conta que tem inúmeros problemas, sobretudo porque ‘peita’ muito quando não concorda com alguma coisa. Mas ela afirma que, por mais que as dificuldades existam, é preciso fazer o máximo possível para exercer essa liberdade, porque “você gasta um tempo danado com o blog, tempo que você poderia estar fazendo outras coisas dedicadas ao ativismo, além de recurso. Então o mínimo que se pode ter é a liberdade de expressão garantida”, completa a ativista.

Thiago Dezan, integrante da organização Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação (Mídia Ninja), levanta mais uma dificuldade: o processo de criação de um portal sem ligação com a grande mídia. Ele chama a atenção para os obstáculos que se encontram entre “levantar do zero” um site ou um blog e fazer com que cada vez mais pessoas falem sobre o que é publicado ali:

Outra característica do Jornalismo Político na internet, e que se faz presente em todo tipo de jornalismo que é feito para web, se deve à facilidade de interação – imediata – com o público. Por meio de ideias, propondo novos temas, sugestões e até mesmo críticas ao que está sendo consumido, o leitor colabora direta ou indiretamente com a construção das pautas.

Para Azenha, os internautas fazem de tudo: “pautam, escrevem, comentam, divulgam, discordam, sugerem etc. O jornalista recolhe seu pretenso pedestal e fica num canto, observando e mediando”, valoriza. Do mesmo modo, a filósofa Marilena Chaui considera os blogs de notícia uma forte tentativa para quebrar o monopólio da informação pelas empresas dos meios de comunicação. Entretanto, não vê nenhuma esperança libertária nas redes sociais. “Elas são efêmeras, desligadas do espaço e do tempo e não trabalham com o tempo da reflexão e da mediação do desejo, nem com a argumentação e o pensamento. Elas trabalham com a explosão instantânea das individualidades. E eu não acho que isso seja libertário”, sobrepõe.

Em contraponto, Marina acredita que o Facebook, o Twitter e até o Instagram se tornaram ferramentas importantes para divulgação de informações. “Você coloca uma notícia popular no Facebook e o nível de compartilhamento e curtidas é enorme. Além disso, eu acho que essa interação que a internet permite entre repórter e leitor é essencial”, opina. Para Felipe Frazão, da Veja, a influência dos leitores ainda é pouco explorada pela grande imprensa:

Azenha também aproveita para destacar a viralidade na rede que, segundo ele, tem relação com o ineditismo, mas também com um olhar diferente sobre um determinado assunto, algo que contribui para abrir o leque tradicional de pauta e de formadores de opinião “que sempre nos foram impingidos de cima para baixo pela mídia corporativa. Nas redes, você pode ser anônimo, pobre, negro etc. Se tiver uma boa ideia, se fizer uma crítica certeira ou escrever um artigo bacana, você vale tanto quanto os irmãos Marinho. Comparação ruim, já que intelectualmente eles valem muito pouco”, sublinha o blogueiro.

Conceição, por sua vez, conta que produz conteúdo bastante colaborativo, pois recebe inúmeras denúncias. Para ela, quando o internauta encontra respeitabilidade e confiabilidade num blog, ele passa a auxiliar na construção das pautas. “Um dia desses deletei quase 20 mil mensagens, porque simplesmente cheguei num ponto de não ter mais condições de trabalhar com tantos e-mails na minha caixa de entrada. E até brinquei, falei ‘olha, se você me mandou e-mail urgente, manda de novo porque eu deletei’. A demanda é absurda”, revela.

A imprensa nova

As épocas de mudanças tecnológicas e de ruptura no Brasil são marcadas pela resistência, experiências diversas e caos. Foi assim com o surgimento do rádio, da televisão, do telégrafo, do cinema e por aí vai. Depois, quando a atividade passa a se concentrar em grupos de poder, tem-se a tentativa de “sufocar” os demais. Luis Nassif acredita que nesse momento a imprensa enfrenta algo como o “caos criativo”, isto é, uma influência maior da velha mídia, em confronto com o crescimento do Webjornalismo. De acordo com Nassif, a Mídia Ninja é um caso.

“Eu não posso mais ser o dono da informação. Agência Senado, Agência Justiça, Agência do Ministério Público, Agência Câmara; isso é um volume de informações que está vindo, porque a notícia deixou de ser exclusividade da imprensa. Então digamos que hoje você tem esse furor criativo, que ainda vai se consolidar em novos modelos. É irreversível”, enfatiza.

O jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, diz que a Mídia Ninja não é jornalismo. “Eles filmam aquilo e põem aquilo. Assim você não precisa ser jornalista. Jornalismo significa um processo de produção da notícia, que é complicado, exige experiência, muito trabalho e muita investigação. Segundo Mitre, o fato não é a notícia, mas o núcleo dela. “A notícia é o fato narrado. Depois de ter o fato em condições de ser narrado, você precisa dimensionar esse fato”.

E continua: “Depois que você dimensiona esse fato, você pode explicá-lo e até mesmo chegar à análise. Tudo isso faz parte do trabalho jornalístico”, completa o comentarista, que vê o funcionamento eventual da falta de edição apenas como informação original, mas insiste que jornalismo é muito mais do que isso. Ricardo Chapola, de O Estado de S. Paulo, compartilha da opinião. Embora admita que a organização tenha realizado uma cobertura boa e inédita durante as manifestações de junho, o jornalista entende por ousadia o fato de a Mídia Ninja dizer que faz jornalismo. “Eles passam a realidade, mas não peneiram, não refinam o que eles tem”, indaga.

Por outro lado, Marina Dias salienta que os ninjas encontraram nas manifestações um nicho que a mídia tradicional não conseguia utilizar. Com transmissões ao vivo dos protestos, por meio de uma câmera de celular, ela garante que milhares de pessoas apenas queriam ver os acontecimentos daquele jeito. “Tinha gente que queria ver sem edição, sem pente fino de nenhuma editoria de nenhum veículo”, comenta. Segundo Marina, as mídias independentes são uma forma alternativa ao jornalismo tradicional, algo necessário para a renovação jornalística.

“Acho que a gente precisa dar mais tempo para a Mídia Ninja, para ver o que ela veio oferecer, se é apenas mais um instrumento de propaganda de partidos, ou de um partido, no singular, ou se ela veio para ser uma forma alternativa de fazer jornalismo dentro da web. É muito cedo para se dizer”, recomenda Ricardo Noblat.

Por sua vez, o integrante da Mídia Ninja Thiago Dezan, afirma que qualquer pessoa pode produzir conteúdo informativo e divulgar na rede, uma vez que “qualquer um pode buscar, se capacitar, pode ler sobre o tema e passar a entender mais sobre ele e, principalmente, se desenvolver como profissional”; E complementa dizendo que essa habilidade só depende da vontade de cada um. “Cada vez mais as pessoas estão percebendo que elas podem fazer o que elas gostam e isso faz com que elas se mexam”.

* Faz com que tudo seja tratado como questão de processo.

Saiba mais
Lealdade ao interesse público

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Agressão a jornalistas: assassinato à informação* http://cobertura.jor.br/agressao-jornalistas-assassinato-informacao/ http://cobertura.jor.br/agressao-jornalistas-assassinato-informacao/#comments Tue, 19 Nov 2013 23:00:08 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=835 O ofício de jornalista não raramente é encarado por parte da população como algo perigoso. Não é necessário mais do que dois dedos de prosa com um grupo de amigos para alguém dizer que soa loucura enfrentar prefeitos, policiais, entre outras personalidades – principalmente as ...

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O ofício de jornalista não raramente é encarado por parte da população como algo perigoso. Não é necessário mais do que dois dedos de prosa com um grupo de amigos para alguém dizer que soa loucura enfrentar prefeitos, policiais, entre outras personalidades – principalmente as que trabalham em prol do povo – para o único fim de tornar pública uma informação.

Dados da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), apresentados durante o “Seminário Internacional sobre Violência contra Jornalistas”, realizado em outubro, em São Paulo, confirmam este paradigma e revelam uma realidade ainda mais assustadora: há uma década profissionais da mídia morrem semanalmente e mesmo assim nada de efetivo é realizado no sentido de evitar esta situação.

Mas quem perde com isso não é apenas o jornalista, que tenta fugir de um cenário de mordaça para não ferir a credibilidade do trabalho. O cidadão, que lê o jornal, assiste a TV, escuta a rádio e sapeia de site em site na internet também acaba atingido. Isso ocorre pois, se o comunicador é ameaçado e barrado – seja judicialmente com censura prévia ou por meio de agressões – é a população que terá o direito à informação anulado e será privada de ter acesso aos assuntos de interesse público.

Colocar uma venda no povo brasileiro – que vive num processo democrático bem diferente do regime militar de 1964 – dificilmente seria aceito nos tempos atuais. Há uma força contra a censura e sede por liberdade dentro da maioria dos brasileiros, que não os permitem viverem num ambiente aquém de informação verdadeira.

O jornalista, portanto, enfrenta perigo em seu ofício, pois integra uma das mais evidentes forças de constante vigília, para tentar garantir os direitos à expressão e comunicação conquistados após a queda da ditadura.

E o enfrentamento desta situação cabe ao profissional da mídia e a mais ninguém. Afinal, a população daria conta de deixar os afazeres para fiscalizar as ações do Executivo, Legislativo e Judiciário? O cidadão pararia as responsabilidades domésticas e de trabalho para vasculhar diários oficiais, participar de reuniões e eventos de variados aspectos, investigar a conduta de policiais, entre inúmeras outras ações?

É claro que não. Assim como as infinitas funções realizadas por toda a sociedade são importantes para que o mundo ganhe forma e consiga progredir, o jornalista tem igual importância para levar informação ao povo e atuar na formação de opinião.

O profissional que trabalha na mídia não é inimigo do governo ou da polícia. Mas, sim, um personagem que possui a única função de informar o que é verdade, independente do que os fatos revelem. E precisa de cooperação, entendimento e proteção de toda a sociedade para que saia um trabalho bem feito.

Para saber:

O “Seminário Internacional sobre Violência contra Jornalistas” citado neste artigo aconteceu no dia 21 de outubro de 2013, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, promovido pela comissão organizadora do 35º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. As mesas de debate ocorreram das 8h30 às 18h.

O evento teve a presença de jornalistas e outros profissionais de dentro e fora do Brasil, unidos para discutir o tema relativo à agressão a profissionais da mídia, assunto que é alarmante em escala nacional e mundial. Os depoimentos de profissionais que sofreram na pele a violência foram expostos no seminário.

A jornalista mexicana Anabel Hernándes, que sofreu um atentado em cobertura do narcotráfico no país e o jornalista paranaense Mauri König, que ficou entre a vida e a morte após a cobertura de tráfico de drogas na fronteira Brasil e Paraguai, deram depoimentos durante o evento.

Ambos ressaltaram, porém, que apesar de todo o enfrentamento e riscos, o jornalismo vale a pena. “O que falta é mais apoio e mais proteção em todo o mundo. A situação no México, por exemplo, é bem complicada em termos de violência a jornalistas. Oxalá que o Brasil ganhe em política de proteção e não chegue a este nível. E que o México mude também”, opina Anabel.

Discutir meios de proteção ao jornalista no país e no mundo foi um dos pontos mais abordados durante o evento. O ouvidor nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República Bruno Renato Teixeira destacou, durante o evento, a necessidade efetiva de garantir a proteção dos profissionais da mídia por respaldo estatal.

Já a advogada Taís Gasparian (foto) falou sobre a importância de proteger o jornalista de um outro segmento da mordaça, que é a censura prévia. “É inconstitucional querer submeter a regras de silêncio os profissionais que devem informar. É preciso estudar as situações e tentar lutar contra isso.”

* Confira os dados e entrevistados locais, nacionais e internacionais na reportagem completa em dezembro, um dos cinco projetos integrantes deste TCC e que terá circulação no caderno Ponto Final, do Jornal de Piracicaba. Novidades em breve nas redes sociais do Cobertura.

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“O Jornalismo Político é um saco”, diz Boechat http://cobertura.jor.br/jornalismo-politico-e-um-saco-diz-boechat/ http://cobertura.jor.br/jornalismo-politico-e-um-saco-diz-boechat/#comments Sun, 17 Nov 2013 23:00:08 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=817 Há exatos 40 minutos para o início do Jornal da Band e, consequentemente, em meio ao incêndio que precede o fechamento da edição, o Cobertura conseguiu uma entrevista exclusiva com o jornalista Ricardo Boechat, âncora da BandNews FM e do Jornal da Band. A cobertura ...

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Há exatos 40 minutos para o início do Jornal da Band e, consequentemente, em meio ao incêndio que precede o fechamento da edição, o Cobertura conseguiu uma entrevista exclusiva com o jornalista Ricardo Boechat, âncora da BandNews FM e do Jornal da Band. A cobertura política atual e as dificuldades enfrentadas por esses profissionais são os assuntos da primeira parte da entrevista. Para Boechat, se levado em conta o interesse público, as sucursais de Brasília exercem um peso excessivo no noticiário.

Saiba mais
Boechat: “Nós falamos demais, de muitos políticos”

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Mitre: “A obsessão pela fiscalização é um dever” http://cobertura.jor.br/obsessao-pela-fiscalizacao-dever/ http://cobertura.jor.br/obsessao-pela-fiscalizacao-dever/#comments Wed, 06 Nov 2013 18:21:59 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=702 O jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes e comentarista político no Jornal da Band, afirma que o discurso político no país está falido, e que é dever do jornalista traduzir o que acontece no mundo político. Para ele, as manifestações ocorridas ...

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O jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes e comentarista político no Jornal da Band, afirma que o discurso político no país está falido, e que é dever do jornalista traduzir o que acontece no mundo político. Para ele, as manifestações ocorridas no mês de junho desse ano são a prova de que as pessoas não se sentem mais representadas por essas pessoas, tampouco pela linguagem que é transmitida. Confira a entrevista.

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Ruídos e vantagens na comunicação http://cobertura.jor.br/ruidos-vantagens-comunicacao/ http://cobertura.jor.br/ruidos-vantagens-comunicacao/#comments Fri, 01 Nov 2013 11:04:54 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=536 “Ética é o conjunto de valores e princípios que você e eu usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são: quero, devo e posso. Isso é ética. Quais são os princípios que eu uso? Tem coisa que eu quero, mas não devo. ...

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“Ética é o conjunto de valores e princípios que você e eu usamos para decidir as três grandes questões da vida, que são: quero, devo e posso. Isso é ética. Quais são os princípios que eu uso? Tem coisa que eu quero, mas não devo. Tem coisa que eu devo, mas não posso. Tem coisa que eu posso, mas não quero. Quando você tem paz de espírito? Quando aquilo que você quer é o que você pode e é o que você deve.”

O filósofo e professor Mario Sergio Cortella, em entrevista ao Programa do Jô, na Rede Globo, utilizou estas palavras para definir ética, conceito presente na vida de todos, o qual está, especialmente, ligado ao bom desempenho da função do jornalista. Até porque investigar e checar, desconfiando da primeira informação que aparece, mesmo que esta seja a oficial, faz parte do “faro” jornalístico e não pode ser deixado de lado.

Porém, como se aproximar do governo e seus integrantes sem tomar “partido”? Será que o jornalista político se torna refém da sua fonte ou não há conflito de interesses? Para o professor de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, há, sim, muito interesse.

“Na verdade isso é quase iminente em toda profissão, mas no Jornalismo Político mais ainda, porque você pode mexer com a ideologia do próprio jornalista, sua preferência política e a dependência econômica da empresa na qual ele trabalha etc.”, explica. “Então, o conflito de interesses, que se em toda profissão é uma coisa a se evitar ou, pelo menos, identificar, no caso do jornalismo é mais perigoso ainda”.

E Romano defende a existência da ética no Jornalismo Político, uma vez que ser ético não necessariamente significa ser correto:

Falando em preferência política, o jornalista Fernando Mitre, diretor nacional de Jornalismo da Rede Bandeirantes, acredita que a maior parte da imprensa está de um lado. “A mídia, em sua maioria, nesses últimos anos, apoiou claramente um lado da política brasileira, que foi o lado liberal. Em 1989 era uma coisa horrorosa a posição da imprensa contra o Lula. Eles tinham pavor do Lula. Ali era mais do que partidário, era engajado e, de certo modo, um aspecto forte desse tempo se mantém nos grandes jornais”, reconhece.

A jornalista Cristiana Lôbo, apresentadora do Fatos e Versões, na GloboNews, lembra que o bom repórter deve manter a isenção na cobertura. Já o analista, o comentarista, pode e deve avançar um pouco mais. “Criticar quando for o caso – aí, todos os atores da política e não só governo ou oposição. O Brasil, hoje, no entanto, está bastante dividido entre os que apoiam o governo e os que são contra; e esse racha se verifica também em setores da imprensa.”

Contudo, Cynara Menezes, da revista Carta Capital, afirma que não é permitido posicionamento político dentro das redações, “a não ser, veladamente, a favor do PSDB”, critica. A jornalista conta que ser tucano é tolerado ou se faz vista grossa, até porque, segundo ela, como o “tucanato” vive em cima do muro, a pessoa pode fingir que está sendo imparcial.

“O problema dentro de várias redações é ser petista ou de esquerda”, afirma Cynara. “Já vi gente ser demitida porque o jornal achou que era ‘petista demais’. Nunca vi alguém ser demitido por ser ‘tucano demais’. Não posso dizer que sofri com pressões de partidos, mas é conhecido dentro das redações que um político do PSDB costuma ligar diretamente para a direção dos jornais quando não gosta de uma matéria a seu respeito”, sustenta.

Então quer dizer que existe censura, ainda, nos dias atuais? Ou isso não pode ser classificado como tal? Mitre, que também é comentarista político no Jornal da Band, entrevistador do Canal Livre, na TV Bandeirantes, e apresentador da coluna A Notícia, na Bandnews TV, afirma que não há, hoje, casos de censura no Brasil, tampouco autocensura, algo que ele classificou como altamente inaceitável.

“O que você tem é responsabilidade na produção das matérias. Uma matéria precisa estar tecnicamente correta para ser divulgada. Isso não é censura, são aqueles preceitos técnicos que você tem que considerar quando está preparando a matéria. Censura, jamais.”

Nesse caso, o professor Romano, da Unicamp, tem outra opinião. Para ele, ainda existe censura em demasia. “Você tem aí, inclusive, uma autocensura que muitas vezes vem da falta de conhecimento da extensão do problema que está sendo abordado. A pessoa, ao invés de colocar a ‘luz’ sob os pontos que são mais estratégicos, ela a coloca em pontos superficiais. E isso é muito grave”, classifica o filósofo.

Assim, entra na roda da discussão um novo problema: a autonomia que, por vezes, é dada aos jornalistas que estão no início de carreira e até que ponto isso contribui para o desenvolvimento profissional do jovem repórter, sem ferir a integridade da notícia. O jornalista e blogueiro Luis Nassif, apresentador do Brasilianas.org, na TV Brasil, conta que é um vício das empresas de comunicação colocar na “ponta” da reportagem o jornalista iniciante.

“Daí o sujeito vai lá. Ele vai ter que, em uma hora, entender o tema geral, o tema específico e o que é relevante. Nesse modo de produção ele define o que é relevante na fonte. Então ele chega lá, pega dez informações e joga sete fora, sem ter discernimento para isso. E é aquele negócio: ele joga fora e ninguém sabe, a não ser ele e a fonte, o que ele pegou de informação e o que ele aproveitou”, completa.

Voltando à questão da censura, Nassif recorda que sofreu dois ataques da revista Veja quando criticou Daniel Dantas – banqueiro acusado de uma série de fraudes no setor de telefonia. “Cada ataque veio com oito páginas de publicidade escancarada de empresas dele. Depois disfarçaram”, lembra o jornalista, e acrescenta que naquele momento a Folha de S. Paulo (jornal em que trabalhava) o deixou na mão.

Ou seja, para Nassif, a pressão maior vem dos grupos econômicos, que facilitam o acesso dos jornais ao mercado publicitário e/ou de capitais. Na mesma linha de raciocínio, Cynara garante que o jornalista é “tudo” na cobertura de assuntos políticos, pois, segundo ela, é ele quem pauta e dá o “tom” da matéria. “O problema é que este tom depende muito do que o jornal deseja veicular”, alerta.

A propósito das fontes, Roberto Romano afirma que é preciso ter uma relação de respeito com esses portadores de informação, caso contrário, o vínculo pode se transformar numa relação de chantagem, autoritarismo ou irresponsabilidade. Sobre a afirmação, Luis Nassif cita exemplos reais, ocorridos com ele e um colega:

De acordo com Fernando Mitre, a relação do jornalista com a fonte não pode ser pessoal e sim, cuidadosa, uma vez que com ela é trabalhada a informação de interesse público, lembrando que a fonte também pode agir de má fé. “Deve-se tomar muito cuidado para não ser usado pela fonte. Se for uma pessoa interessada, você tem que saber fazer a triagem disso. É uma fronteira muito delicada”, destaca o diretor.

Segundo Cristiana Lôbo, o Jornalismo Político está num ponto alto e precisa ser melhorado no sentido de ampliar, cada vez mais, a cobertura. “É preciso revelar ao cidadão, ao contribuinte, aonde vai cada centavo que ele paga de impostos. Muitas vezes acontecem coisas na política (nomeações de pessoas para órgãos do governo ou empresas públicas) com o interesse, apenas, de ampliar espaço financeiro dos partidos. Este é um aspecto que a imprensa não consegue revelar tal como ocorre”, ressalta.

Romano propõe que a cobertura política está carente de investigação, presa a comportamentos e fontes, e a modos de analisar os problemas, “que são caducos já”, salienta. “O jornalista analisa sem fazer uma extensa investigação sobre o que está acontecendo de verdade”. Por último, Cristiana alega que a política deixou de ser uma forma de buscar soluções para os conflitos da sociedade, passando a ser negócio de protagonistas. E isso, para ela, necessita ser delatado pela mídia.

Saiba mais
Lealdade ao interesse público

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Desinteresse político: uma pandemia* http://cobertura.jor.br/desinteresse-politico-uma-pandemia/ http://cobertura.jor.br/desinteresse-politico-uma-pandemia/#comments Mon, 21 Oct 2013 13:06:35 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=355 Como não querer saber sobre política se ela é uma realidade na vida de qualquer pessoa? O Jornalismo Político nada mais é do que a cobertura jornalística voltada, principalmente, às ações do poder público da sua cidade, estado e país. Isto é, tudo o que ...

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Como não querer saber sobre política se ela é uma realidade na vida de qualquer pessoa? O Jornalismo Político nada mais é do que a cobertura jornalística voltada, principalmente, às ações do poder público da sua cidade, estado e país. Isto é, tudo o que os candidatos eleitos fazem ou deixam de fazer, refletindo na sua vida profissional, pessoal, na sua cultura e até mesmo nos momentos de lazer. Na saúde, educação e na mobilidade urbana do município. Tem certeza que nada disso lhe interessa?

Uma pesquisa Ibope/Estado realizada em agosto desse ano entre 2.002 pessoas de 143 cidades do Brasil aponta que apenas 7% da população sabe do que se trata a reforma política. 34% das pessoas dizem ter pouco conhecimento sobre o assunto, enquanto 52% nada sabem e outros 7% admitem nem saber responder. Ou seja, dois a cada três brasileiros ouviram falar do assunto pela primeira vez diante do pesquisador.

A filósofa Marilena Chaui acredita que há uma presença muito forte da política no cotidiano brasileiro, “desde que você não identifique a política com o que se passa num aparelho de Estado. Se você toma o que se passa no cotidiano das cidades, o que aconteceu no posto de saúde, o que está acontecendo na escola, o que vai acontecer com o ônibus, isso tudo são questões políticas, ligadas ao modo como o espaço público se realiza e organiza. Então você tem uma população voltada para isso”, afirma.

Para a filha de professora e jornalista, o que não interessa muito – salvo épocas eleitorais ou de “convulsão”, por conta de um fato específico – é a dimensão técnico-profissional da política, isso porque, segundo Marilena, a população não acredita no Poder Legislativo (deputados e senadores, que representam os estados brasileiros):

Não só os jornalistas especializados em uma determinada editoria, mas todo repórter tem o dever fundamental de produzir conteúdos qualificados, com análises bem esclarecidas e que proporcionem reflexão, para oferecer ao cidadão a capacidade de que estes formem sua própria visão crítica, com base nas informações dos meios de comunicação. A sociedade só consegue desenvolver uma opinião firme por meio de coberturas exemplares. O jornalismo não pode fazer por menos.

O jornalista Luís Mauro Sá Martino, doutor em Ciências Sociais e professor de Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, indica que o próprio Jornalismo Político contribui para o desgaste da política e dos políticos frente à opinião pública quando deixa de lado regras básicas da profissão: “apurar, checar os fatos, conferir informações das fontes, procurar evidências etc. A busca pelo escândalo ou pela denúncia, sem apuração, é um problema do jornalismo em qualquer área, mas particularmente visível na política”, completa.

Para o jornalista e cronista Ricardo Chapola, de O Estado de S. Paulo, um dos papéis do jornalista é traduzir o mundo indecifrável para que todas as pessoas o entendam. No caso, decifrar o “politiquês”. E esse didatismo, segundo ele, está cada vez mais presente nas redações. “É verdade que o jornalismo, a parte de política, guarda esses jargões jurássicos. Mas é triste ver jornalista que não sabe ser didático”, reprova.

Como exemplo, Chapola lembra-se do termo “embargo infringente” – tipo de recurso, exclusivo da defesa, que questiona pontos de discordância e falta de unanimidade em um julgamento – bastante utilizado quando se fala do processo do mensalão, já que possibilita o réu solicitar a revisão da decisão tomada pela Corte. “O jornalista é obrigado, pelo menos no primeiro parágrafo, a explicar isso de forma descente para o leitor entender”, destaca o repórter.

E continua: “Ele pode colocar embargo infringente no título, na linha fina (subtítulo); mas no lead (primeiro parágrafo da matéria) explique o que é, se não, sem entender, quem vai ler?”, questiona. Além disso, o jornalista do Estadão também ressalta que a função social do comunicador é trazer para os “holofotes” assuntos que os políticos escondem, pois tudo o que é de interesse público, deve vir a público.

“O político tem que prestar contas para a sociedade, até porque foi ela quem os elegeu. Se isso não acontece é papel da imprensa mostrar o que os políticos estão fazendo e porque não estão prestando contas do dinheiro que você paga para eles, tanto no Executivo, quanto no Legislativo e no Judiciário. Isso é cidadania. É fazer valer o papel de cidadão da pessoa que não é jornalista”.

Em comparação, Martino adverte para o uso adequado das linguagens mais próximas ao cotidiano. Para o doutor em Ciências Sociais, sua utilização descuidada pode causar a perda de elementos essenciais, alterando o significado da mensagem. “Nesse sentido, especializações acadêmicas podem contribuir para a formação do jornalista dessa área, evitando erros na cobertura e auxiliando na prática”, recomenda.

Sobre os espaços destinados à política nos veículos de comunicação, Ricardo Chapola defende a importância, uma vez que essa editoria aborda o interesse de todos:

No entanto, segundo a jornalista Cynara Menezes, da revista Carta Capital, a cobertura política de Brasília, hoje, é o carro-chefe dos veículos, o que não é bom. Para ela, outras editorias também deveriam ser manchete nos jornais. “Por que não uma manchete de cultura, por exemplo? Por que as manchetes têm que ser sempre ‘sérias’ e, em geral, más notícias? Dizem que a má notícia vende, mas se os jornais não estão vendendo, talvez fosse a hora de rever estes conceitos”, observa.

A jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews, avalia a política como desinteressante para o grande público nos dias atuais. Mas, segundo a apresentadora do Fatos e Versões, “estamos vendo, a cada ano, a ampliação dos espaços para a cobertura política, não só nos jornais impressos, como também pelas emissoras de televisão, sobretudo na chamada TV fechada, e aos poucos o tema vai ganhando mais leitores e/ou telespectadores interessados”.

Contudo, Marilena Chaui sugere que o Jornalismo Político está fadado ao desinteresse da população. A filósofa adverte que para atrair mais pessoas “seria preciso que ele fosse jornalismo de verdade, e que o compromisso fosse com a sociedade, com os cidadãos e com os princípios da democracia”. De acordo com ela, “o jornalista está aprisionado porque é assalariado de uma empresa. Então, por mais que ele tenha compromisso democrático e procure exercê-lo, a ação dele tem limite, que é o que a empresa impõe a ele como assalariado”.

Luís Mauro Sá Martino, por sua vez, afirma que em vários outros países há uma crescente preocupação com o desinteresse da população por assuntos políticos – não só no Brasil – e assegura que o interesse é localizado, apenas, em alguns momentos, mas não inexistente. O professor menciona o melhor aproveitamento das plataformas midiáticas, especialmente a internet, como provável redução desse problema.

“Não existe fórmula para atrair o grande público, porém uma tendência apontada por pesquisadores como John Street, Thomas Meyer e Liesbet Van Zoonen sugere a intersecção entre a política e as linguagens da mídia, a fim de alcançar o espaço público”, conclui. Ou seja, a atratividade por meio de linguagens didáticas e novas formas de disponibilizar a informação em sites e blogs, com textos, fotos, vídeos e infográficos sobre um mesmo conteúdo pode ser a solução ou parte dela, atingindo, ao menos, uma parcela do público, aquele está habituado e/ou tem acesso à internet.

* Pandemia é quando uma doença infecciosa se espalha por uma região muito grande, como um planeta, por exemplo.

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A comunicação pela exposição das ações públicas http://cobertura.jor.br/comunicacao-pela-exposicao-das-acoes-publicas/ http://cobertura.jor.br/comunicacao-pela-exposicao-das-acoes-publicas/#comments Tue, 15 Oct 2013 14:45:51 +0000 http://skybi.com.br/cobertura/?p=342 “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.” Art. 5º, ...

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“Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.” Art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal.

Diante da lei, é clara e indiscutível a obrigatoriedade que o Estado tem de esclarecer dúvidas e prestar informações sobre tudo o que envolve a política nacional. Mas há quem diga que a realidade do cidadão não é essa. Será que a comunicação por parte desse assunto possui um nível mínimo, que ao menos serve para cumprir com o dever do jornalista?

Em Piracicaba, cidade do interior paulista, os trâmites da Câmara Municipal e da Prefeitura estão disponíveis na internet, nos sites dessas instituições. “Todo Projeto de Lei, seja de origem do vereador, prefeito ou popular, é criado e protocolado, tornando-se um documento oficial. A partir disso, todos têm direito a tê-lo e/ou manuseá-lo, por ser um documento público”, explica Sandro Silveira, ex-diretor do Departamento Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

Em palestra ministrada aos alunos de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Silveira afirma que todos os projetos, além de serem disponibilizados ao cidadão, também são lidos em sessão camarária, que é transmitida por diversos meios de comunicação da cidade. Mas se preferir, o munícipe pode optar por acompanhar as sessões no próprio plenário.

O plenário dos vereadores de Piracicaba, bem como as demais divisões da Câmara, é bastante pequeno quando se leva em conta que o espaço se trata de um lugar público, aberto para os interessados no desenvolvimento da política do município. Porém, a organização e funcionalidade dos setores da instituição são evidentes, com salas bem racionadas para cada grupo de colaboradores de uma mesma função.

Na sala da assessoria de imprensa, formada por 25 profissionais, entre jornalistas e estagiários em comunicação, percebe-se a dimensão do trabalho de divulgação de informações públicas diárias, em que os profissionais se atentam a escrever sobre o que interessa à população, para tornar o transparente ao máximo todas as ações dos homens públicos, responsáveis pelo desenvolvimento da cidade, sem se deter aos interesses particulares dos vereadores.

Reportagem produzida para o curso de Jornalismo da Unimep, em Junho de 2011.

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